Crescer sem pressa.
Crescer é uma estrada sem fim, uma dança onde os passos nem sempre sabem para onde vão. É aceitar que o mapa está incompleto — que as respostas estão perdidas no vento, sussurrando entre as folhas das nossas dúvidas. Vivemos num mundo apressado, onde tudo quer ser resolvido ontem. Querem que a gente decida quem é, onde vai, como será o futuro — como se fosse possível engarrafar o tempo e guardar no bolso. Mas o tempo não se engarrafa. Ele escorre, lento e inquieto, dentro de nós. Há uma beleza escondida no crescer sem pressa. No permitir-se tropeçar, levantar com os joelhos esfolados e olhar o céu sem pressa de encontrar respostas. No aprender que algumas perguntas não pedem respostas — pedem presença. E se a vida fosse um quadro inacabado? Se a perfeição fosse o risco de perder o encanto do imperfeito? Se o “não saber” fosse o espaço onde nasce a esperança? Quando aceitamos que não temos tudo resolvido, libertamo-nos do peso da obrigação. Soltamos a mão da pressa. E, finalmente,...