sou ... teimosamente
Nasci entre números e palavras. A matemática foi o meu destino escolhido, mas a poesia sempre esteve a espreita, como uma respiração secreta. Ensinar e aprender tornaram-se o meu modo de estar no mundo: cada aluno é um desafio, cada equação uma ponte para a descoberta. Ensinar nunca foi apenas profissão, foi paixão, uma forma de amar o conhecimento e de partilhá-lo como quem oferece um pedaço de si.
A minha família é o coração onde repouso. Dediquei-me a ela com a mesma entrega com que percorro os labirintos da matemática. São eles a razão dos meus passos, o chão firme quando tudo à volta parece ceder.
Sou teimosa, sim — aprendi a sê-lo para não desistir dos meus sonhos. Carrego em mim uma alegria melancólica, essa mistura de riso e sombra que me torna humana, mas também uma garra que não se rende, mesmo quando a vida me pede silêncio.
Tenho no meu cão um companheiro de amor incondicional, um espelho de lealdade que me enternece, e na minha gata Emília, a paciência aprendida a cada gesto seu, sereno e enigmático. Entre ambos, descubro que o amor também se escreve em pelos, olhares e silêncios.
A poesia que escrevo é reflexo de tudo isso: da persistência e da ternura, do cálculo e do sonho, da luz e da sombra. Vivo entre o rigor da matemática e a liberdade da palavra, e é nessa fronteira que me encontro — inteira, imperfeita, teimosa e profundamente viva...
Comments
Post a Comment