Os idiotas de serviço que nos aborrecem os dias

 Não sei se reparam, mas os idiotas de serviço estão em todo o lado.

Na fila do supermercado, no trânsito, em todo o lado.
São uma espécie de praga sazonal — aparecem sempre que temos menos paciência para os aturar.

São especialistas em estragar dias bons.
Acordam cedo, como se tivessem despertador próprio para nos importunar.
Carregam frases feitas, opiniões vincadas, certezas absolutas.
Falam muito, mas não dizem nada.
E fazem questão de nos lembrar disso com um entusiasmo quase comovente.

Os idiotas de serviço são os engenheiros da má disposição:
construem discussões sobre nada,
inventam problemas que não existem,
e têm sempre uma tese de doutoramento pronta sobre a vida alheia.

E o mais incrível é que nós deixamos.
Abrimos a porta, oferecemos cadeira e, às vezes, até café.
Damos palco a quem não merece plateia.

Mas a vida ensina: não há idiota que resista à indiferença.
É como cortar a eletricidade a um letreiro luminoso: apaga-se sozinho.

Por isso, o melhor truque é simples: sorrir.
Nada, absolutamente nada, irrita mais um idiota de serviço do que um sorriso calmo, daqueles que não se rende.
É o antídoto perfeito: transforma o aborrecimento em espetáculo ridículo e devolve-nos o dia em paz.

PB

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