obrigada, hoje, pelas coisas que você deixou acontecer
obrigada pelo tropeço
obrigada, hoje, pelas coisas que você deixou acontecer.
não pelo que me deu, mas pelo que não interrompeu. há uma delicadeza em permitir que o mundo seja. é preciso coragem para não segurar as rédeas de tudo, para não querer bordar as margens do rio. obrigada pelo que ficou solto em mim, pelo que parecia erro ou distração e que cresceu em silêncio como quem aprende o idioma da luz.
obrigada, hoje, pelo intervalo em que me deixaste ser queda, tropeço e também voo. pela tua ausência que não foi falta, mas espaço. pela tua mão que não segurou, mas me deu a chance de descobrir a minha.
há gratidões que se escrevem no silêncio: não pelo que chegou, mas pelo que passou sem impedimento. obrigada, hoje, pelas coisas que você deixou acontecer, como quem entende que o amor também é deixar que o outro se faça, inteiro, sozinho, ainda que acompanhado.
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