Quando Decides Avançar

Há um momento em que deixas de esperar sinais e simplesmente vais.

Dás o primeiro passo, mesmo sem certezas, e a vida — surpreendentemente, vem ao teu encontro.

O caminho não se revela todo, mas o chão aparece sob os teus pés, passo a passo, como se dissesse:

“Eu sabia que virias.”

Saltas, e a rede, que não vias, estende-se no ar. Fechas uma porta, por fim, e uma janela abre-se com a luz mais bonita do dia. Escreves um ponto final onde doía, e ali, nesse ponto, brota um novo parágrafo.

Perdoas.

Não para esquecer, mas para te libertares. E ao perdoar, percebes: és tu quem fica mais leve. Mais serena. Mais inteira.

Firmas os pés no presente. E é aí, no agora, que começas a encontrar o que procuravas lá fora. O caminho não estava perdido — só estavas distante de ti.

Aprendes a amar sem medir. Sem o peso das expectativas. E nesse amor que não exige, descobres o que é eterno.

Cuidas mais de ti.

Do que é essencial.

E vais aprendendo, com alguma ternura, a deixar ir o que já não vibra na tua frequência. O que já não te serve. O que não é mais.

Desistes de tentar controlar tudo. E descobres o poder da entrega. Deixas de discutir com a vida — e ela começa a sussurrar-te coisas boas.

Percebes que o silêncio não é vazio. É morada. É resposta. E é nesse silêncio que começas a ouvir a tua própria verdade.

E quando conjugas a paz, não só para ti, mas para o mundo, entendes:

ela é o princípio, o meio e o fim de tudo o que realmente importa.


PB

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