Produtividade sem burnout: rotinas reais para estudantes e criadores

 Fizeram-nos acreditar que produtividade era correr. Correr contra o tempo, contra os outros, contra nós. Que fazer muito era sinónimo de ser alguém. E que só se descansa… quando se desmaia.

Acorda cedo.
Lê cinco capítulos. Faz três cafés.
Posta conteúdo.
Faz networking com estranhos. Aprende japonês. Vai ao ginásio.
Sê feliz. Mas não te distraias.

Isto não é uma rotina.
É um reality show disfarçado de vida.

Estudantes e criadores, os novos super-heróis da ansiedade, vivem entre prazos e posts, sempre com a sensação de que podiam estar a fazer mais.
Ou melhor.
Ou mais rápido.
Ou com mais seguidores.

Mas a verdade é simples e indelicada: ninguém cria bem sem viver. E ninguém vive bem se estiver sempre a correr atrás da próxima tarefa da lista.

Produtividade real não grita. Ela é quase tímida e vive no silêncio entre uma pausa e um foco. No café tomado sem scroll. Na ideia que aparece quando te permites respirar — sem culpa.

Rotinas reais não são dignas de TikTok.
São feitas de dias em que conseguimos estudar 45 minutos e isso basta.
De manhãs em que só conseguimos arrumar a cama e, mesmo assim, algo muda.

Rotinas reais incluem descanso que não precisa de permissão.
Sestas sem desculpas. Banhos demorados.
E aquele momento em que decides fechar o computador, não porque acabaste tudo, mas porque já fizeste o suficiente por hoje.

Ser produtivo não é ser máquina. É saber parar sem se sentir inútil. É ser humano, com margens, limites e vontades que mudam.

Criar, estudar, existir…
Tudo isso precisa de espaço, não de pressão.
Porque às vezes, a coisa mais produtiva que podes fazer é olhar pela janela e deixar o mundo entrar, sem exigências.

PB

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