O Valor do Tempo: Como Aprender a Dizer ‘Não’ Sem Culpa

Dizem que o tempo é o bem mais precioso que temos — e concordo, mas quem nunca se sentiu roubado por um pedido de última hora?

Aquele “pode me ajudar num instantinho?” que, spoiler, nunca é um instantinho.
Ou o convite para algo que você sabe que vai sugar suas energias como um vampiro digital.

Aprender a dizer ‘não’ é quase uma arte perdida — uma arte que exige coragem, delicadeza e, às vezes, um sorriso amarelo para não parecer o monstro da história.

Porque ‘não’ é uma palavra curta, direta, mas com o peso de uma montanha-russa emocional.
Dizer ‘não’ é declarar que o seu tempo também importa, e que não é infinita nem a paciência nem a bateria do telemóvel

Há quem veja no ‘não’ uma rejeição, um afastamento, quase um golpe.
Mas o ‘não’ bem colocado é o gesto mais generoso que podemos oferecer a nós mesmos.
É a cerca que protege o jardim interno, onde florescem os sonhos, o descanso e o tempo para ser.

E aqui vai um segredo: não há ‘não’ que mereça culpa.
Se sentir culpa é o download gratuito do sistema opressor que quer que estejas sempre disponível, sempre a serviço, sempre exausto.

Dizer ‘não’ não nos torna menos humanos.
Torna-nos humanos conscientes.
Seres que aprenderam que o tempo não se recupera, não se reinicia — não tem botão ‘undo’.

Então, que sejamos generosos com o nosso tempo.
Que aprendamos a dizer ‘não’ com a leveza de quem se escolhe a si mesmo, sem precisar se justificar demais.
Que saibamos que o ‘não’ pode ser tão gentil quanto o ‘sim’,  e, às vezes, muito mais necessário.

Porque, no fim das contas, a melhor maneira de cuidar do tempo é não o desperdiçar a tentar agradar a toda a gente, especialmente a quem nem pergunta se tu estás bem.



PB

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