Minimalismo para jovens: menos coisas, mais liberdade
Há quem diga que o minimalismo é uma moda.
Mas talvez seja só um grito. Um “chega!” dito baixinho, entre o armário a abarrotar e o telemóvel que vibra mais do que o coração.
Vivemos num mundo que diz: “compra isto, compra aquilo, compra-te a ti mesmo se puderes.”
E, claro, compramos. Porque há sempre mais uma aplicação que promete produtividade, mais uma peça de roupa que (dizemos nós) vai mudar tudo, mais um objeto que serve para guardar os outros objetos.
Mas no meio disso tudo… e nós?
Ficamos cheios. Cheios de coisas. Cheios de notificações. Cheios de compromissos que não queremos e de obrigações que não nos cabem.
Esvaziamos a alma para encher a mochila.
Ser minimalista, hoje, é quase um ato de rebeldia. É dizer “não” quando o mundo inteiro grita “sim”.
É resistir ao algoritmo. É sair da fila da Zara com dignidade e olhar para a gaveta dos ‘talvez um dia’ com firmeza e dizer: “hoje, não”.
O minimalismo não é um desafio de 30 dias.
É um reencontro. Com o que é essencial. Com o que sobra quando deixamos ir o que pesa.
É perceber que uma prateleira vazia pode ser tão bonita como uma cheia — e muito mais honesta.
É acordar sem ser engolido pelo barulho das mil escolhas matinais.
É vestir o que faz sentido. Comer o que nutre. Responder só ao que interessa.
Porque há uma diferença entre estar ocupado e estar vivo.
E, convenhamos, há uma liberdade enorme em ter menos. Menos coisas, menos expectativas, menos barulho.
Mais espaço para dançar na sala, para ouvir os próprios pensamentos, para sentir que estamos, finalmente, connosco.
Ser jovem e minimalista não é chato.
É corajoso.
É escolher o essencial num mundo que se apaixona pelo excesso.
E se alguém te disser que estás a ser radical por viver com pouco, sorri.
Porque tu sabes: quando a alma está leve, o mundo cabe todo dentro de um bolso.
PB
Comments
Post a Comment