Memes como linguagem: o que eles dizem sobre a nossa geração?
Antes falávamos por cartas.
Depois, por SMS.
Hoje, envia-se um meme de um gato caído da cadeira e o outro entende: "Estou no limite."
Memes são a nova linguagem.
São ironia embalada em pixels, desabafo em formato quadrado, trauma digerido com gargalhadas.
São a forma mais criativa de dizer “não aguento mais” sem assustar ninguém.
Esta geração aprendeu a comunicar com imagens e sarcasmo.
Riem para não chorar.
Ou riem a chorar.
Mas sempre com um meme à mão, só para garantir que alguém lá do outro lado entende, sem precisar de muitas palavras.
É que há dores que só se dizem com aquele boneco que grita “eu a tentar ser funcional numa segunda-feira”.
E há dias em que só um meme do “cão rodeado de fogo dizendo ‘this is fine’” consegue explicar como estão por dentro.
Chamam-lhes superficiais.
Mas poucos entendem o quão sofisticado é conseguir rir da própria ansiedade, dos próprios fracassos, das próprias crises existenciais, e ainda fazer disso arte viral.
Memes são o jeito de eles dizerem: “estou contigo nisso”. 👍
De criar comunidade sem grandes discursos. De transformar angústia em código partilhável.
Não usam emojis só por estilo.
Usam emojis para preencher silêncios onde a vulnerabilidade ainda é tímida.
E talvez o mais bonito dos memes seja isso:
No fundo, são pequenos bilhetes que dizem “eu também sinto isso, só não sei como explicar”.
Sim, são a geração que se esconde atrás do humor.
Mas também são a geração que encontrou no riso uma forma de resistir.
Porque crescer num mundo em colapso e ainda ter energia para criar piadas com ele?
Desculpem, mas isso não é fuga.
É sobrevivência.😁😁
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