O que está mal na escola atual?

 O que está mal na escola atual?


Na minha perspetiva, o sistema educativo tem-se afastado da sua verdadeira missão: formar pessoas e não apenas alunos que saibam responder a testes. A escola precisa urgentemente de se recentrar nas crianças, nas suas emoções, no seu bem-estar e na sua singularidade.

Um dos problemas centrais que eu aponto é a obsessão com os resultados. A escola está demasiadamente preocupada com classificações, rankings e metas, e muito pouco com aquilo que verdadeiramente importa: o prazer de aprender, a curiosidade, a criatividade e o desenvolvimento emocional dos alunos. Em vez de fomentar a autonomia e o pensamento crítico, o sistema tende a criar ansiedade, medo de falhar e uma cultura de competição constante.

Além disso, critico igualmente a forma como a escola ignora as diferenças individuais. O modelo educativo continua a tratar os alunos como se fossem todos iguais, obrigando-os a aprender ao mesmo ritmo e de forma padronizada, como se todos se encaixassem num molde único. Esta uniformização desrespeita os tempos e talentos próprios de cada criança e acaba por excluir os que não se adaptam ao modelo dominante (e eu como mãe de um aluno com necessidades educativas especiais sei bem do que falo!!)

Por outro lado destaco também um aspeto muitas vezes ignorado, mas revelador da lógica desumana da escola: os intervalos de 5 minutos entre aulas. Esta prática é "um disparate completo". Espera-se que crianças e jovens estejam 90 minutos sentados a ouvir matéria, e depois que, em apenas 5 minutos, mudem de sala, vão à casa de banho, respirem, desconectem e estejam prontos para outra aula. Isto não só é irrealista, como mostra o pouco valor que a escola dá ao tempo de pausa, de socialização e de equilíbrio emocional. O resultado é uma escola que desgasta, em vez de estimular.

Outro ponto essencial é a falta de escuta. Na minha visão, os adultos na escola – sejam professores, diretores ou pais – falam muito e ouvem pouco. Os alunos raramente têm voz, raramente são verdadeiramente ouvidos nas suas dúvidas, angústias ou sugestões. Isso contribui para um ambiente pouco acolhedor e pouco motivador.

Em suma, o que se precisa é de uma escola mais humana, mais atenta e mais flexível. Uma escola que valorize não só o saber, mas também o sentir. Que respeite os ritmos de cada aluno e que entenda que educar é, acima de tudo, ajudar a crescer. E para isso, é preciso tempo – tempo para pensar, tempo para descansar, tempo para ser criança.


PB


Todas as crianças 

tem necessidades educativas especiais 

A espetacularidade da escola é descobrir isso em cada aluno




E cuidar de cada um como pessoa única e especial que é

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