Estilo pessoal em tempos de fast fashion e sustentabilidade
Vivemos tempos em que tudo precisa ser rápido. Rápido o suficiente para nos distrair, mas não lento o bastante para nos fazer pensar. A moda — que um dia foi uma linguagem do corpo e da alma — virou código de barras. Produzimos, consumimos e descartamos, com a mesma pressa com que trocamos de tela.
Mas o estilo pessoal, esse não se compra. Porque estilo é biografia vestida. É memória de pele. É o que resta quando já não há etiquetas a mostrar.
O fast fashion promete muito por quase nada. E, no entanto, custa caro. Custa a dignidade de quem costura no outro lado do mundo. Custa rios tingidos de químicos. Custa o silêncio da Terra. O preço real não vem impresso na etiqueta: vem no futuro que estamos a desafiar.
Ainda assim, confundimos vestir com parecer. E parecer com ser. Talvez por medo de escutarmos quem somos de verdade. Talvez por uma carência que já não se resolve só com afeto — agora precisa de etiquetas e sacos de compras.
Mas estilo, de verdade, não se impõe nem se copia. Ele cresce devagar, como quem se reconhece aos poucos. É feito de uma blusa herdada, de uma peça consertada, de um lenço que tem história. É o oposto do descarte. É cuidado.
Falar de sustentabilidade é, antes de tudo, um convite à consciência. Não só sobre tecidos e materiais. Mas sobre escolhas. Sobre quem somos quando ninguém vê. Sobre o que deixamos quando já não estivermos aqui.
Numa época em que o vestir virou performance, recuperar o estilo pessoal é quase um ato de resistência. É dizer: "Eu não me visto para agradar algoritmos". É olhar para dentro antes de olhar para vitrines.
E, quem sabe, nesse processo, percebamos que vestir-se bem não é sobre ter mais, mas sobre saber quem se é. E sustentar isso com ternura, com coragem, e com beleza.
Além disso podes aprender a
Consertar, customizar, transformar – Quando uma peça se rasga, talvez o que se abra não seja um fim, mas uma nova ideia.
No fim das contas, se o que vestimos fala, então que seja algo que nos represente. Que conte a nossa história sem apagar as outras.
Porque vestir-se com consciência é, talvez, o primeiro passo para viver com mais sentido.
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