Este post foi removido pelo autor
Foi aqui que eu quase disse tudo.
Foi aqui que uma frase nasceu inteira — e morreu de vergonha.
Aqui morava um pensamento. Um segredo, talvez. Um grito com medo de eco.
Mas eu apaguei.
Apaguei palavra por palavra como quem desfaz pegadas na areia antes da maré. Não por arrependimento, mas por pudor. Ou por orgulho. Ou por aquele medo infantil de se mostrar demais.
Ou de se mostrar de menos.
Este post foi removido pelo autor — mas ele existiu.
Foi escrito entre o silêncio e o sono, com dedos ansiosos e coração distraído.
Tinha pontos finais que queriam ser reticências. Tinha verdades mal disfarçadas de metáforas.
Tinha falhas, como tudo que é vivo.
Mas o autor leu, releu, e decidiu não.
Decidiu que talvez ninguém entendesse.
Ou pior: que entendessem demais.
E então ficou este aviso.
Frio. Automático.
Uma placa de “não entre” na porta de um quarto vazio.
Só que...
Se foste capaz de ler até aqui, talvez ainda sintas a presença do que não está.
Talvez ainda ecoe a ausência do que foi calado.
Talvez o que te atraiu não foi o texto — mas o buraco deixado por ele.
E se esse espaço em branco te fizer pensar, doer, imaginar ou sorrir...
então este post ainda respira.
Mesmo removido.
Mesmo esquecido.
Mesmo sem palavras,
ele disse.
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