Este é um post sobre amor
Ser pai ou mãe nunca foi tarefa fácil. Mas, nos dias de hoje, a parentalidade parece ter-se tornado um exercício de equilibrismo permanente, entre exigências sociais, pressões profissionais e uma idealização sufocante do que significa ser “um bom pai” ou “uma boa mãe”. Somos constantemente bombardeados com conselhos, manuais, gurus e redes sociais que nos vendem modelos de perfeição – e esquecemo-nos, muitas vezes, do essencial: educar é, antes de tudo, amar, escutar e estar presente.
Vivemos numa era de excesso de informação, mas também de escassez de tempo. Muitos pais sentem-se culpados por não conseguirem acompanhar tudo: os trabalhos de casa, as atividades extracurriculares, a alimentação saudável, o tempo de ecrã, o sono, a disciplina positiva… A lista é interminável. O problema não está apenas nas exigências externas, mas na Auto cobrança que se instala: a sensação constante de que estamos a falhar, de que nunca é suficiente.
No entanto, os filhos não precisam de pais perfeitos. Precisam de pais reais. Pais que erram, mas que pedem desculpa. Que não sabem tudo, mas que aprendem com eles. Que dizem “não” quando é preciso, mas que também sabem dar colo sem pressa. Que não estão sempre disponíveis, mas que, quando estão, estão de verdade. A parentalidade não se mede em fórmulas nem se avalia por filtros do Instagram – mede-se na qualidade do vínculo, na segurança emocional e no amor que se constrói todos os dias.
É urgente desacelerar. Desligar um pouco da pressão de "acertar sempre" e reencontrar o prazer de estar com os filhos sem o peso da performance. Brincar, conversar, ouvir, partilhar silêncios. Criar espaço para que as crianças sejam exatamente isso: crianças. E para que os adultos também se permitam ser humanos, com dúvidas e cansaços, mas com vontade genuína de acompanhar o crescimento dos filhos de forma consciente e afetuosa.
Em vez de aspirarmos à parentalidade perfeita, talvez devêssemos aspirar à parentalidade possível – aquela que se constrói com presença, empatia e autenticidade. Porque no fim, mais do que tudo o que damos aos nossos filhos, o que realmente fica é como os fizemos sentir.
PB
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