Burnout – Quando o Corpo Diz "Basta"

Hoje, queria convidar-vos a parar por uns minutos.

Parar de correr. Parar de fingir que está tudo bem.

Parar de funcionar no modo automático. Porque o que trago aqui não é só um tema. É uma realidade.

É um cansaço que muitos de vós conhecem — mas poucos reconhecem.

Chama-se burnout.


O Burnout não começa com um colapso. Não é um grito. É um silêncio. Um esgotamento lento, que se instala sem que demos por isso. É aquele cansaço que não passa com uma boa noite de sono. Aquela irritação constante que não sabemos explicar. É estar presente, mas sem estar. É fazer tudo… e ainda assim sentir que nada chega.

Sabem como começa?

Com uma tarefa a mais que aceitamos. Com um “sim” dito por medo de desapontar. Com o pensamento de que temos de ser fortes, produtivos, impecáveis. E aos poucos, vamos deixando de viver para apenas cumprir. Vamos perdendo a alegria no que antes nos entusiasmava. Vamos esquecendo de nós. É aí que o corpo começa a gritar. Dores de cabeça. Insónias. Coração acelerado. Crises de ansiedade. Falta de ar. Sensação de estar num buraco e não saber como sair.

E o mais grave é que normalizamos isso. Chamamos-lhe uma “fase má”. Dizemos “é só cansaço”. Mas não é. O burnout não é fraqueza. Não é drama. É o resultado de um sistema que exige demais, que valoriza o desempenho e esquece a pessoa. E aqui está a verdade que ninguém nos ensinou: Descansar não é um luxo. É uma necessidade. Pedir ajuda não é sinal de fraqueza. É sinal de inteligência emocional. Dizer não pode ser um ato de autocuidado.

Recuperar do burnout exige coragem. Coragem para parar. Coragem para olhar para dentro. Coragem para escolher-se, mesmo quando tudo à volta diz para continuar a correr. 

Por isso, deixo-vos uma pergunta:

Quantas vezes hoje escutaram o vosso corpo? A vossa mente?

E uma proposta simples:

Nos dias em que sentirem que já não têm forças para continuar…

Permitam-se parar, respirar, e pedir ajuda.

Porque às vezes, o maior ato de força é simplesmente parar antes de quebrar.


PB

Comments

Popular posts from this blog

Querida C.

uma espécie de mantra

Boas notas, más notas (ou como tirar 80% e ainda levar sermão)