Ninguém substitui ninguém. Nenhuma vida substitui outra e nenhum amor vem ocupar o lugar de outro. Não há espaço que possa ser preenchido desde que tu te foste. Ficou apenas um lugar vazio e a mão que deixaste livre ninguém a pode agarrar. Nada é igual ao que foi. 

Ninguém substitui ninguém e não gosto que tentem fazê-lo. A tua ausência ocupa um espaço em mim, a tua ausência magoa (magoará sempre) nos momentos que não vivemos e nos momentos que já não partilhamos. Deixaste-me só. Orfã! Vazia e sem rumo. Deixaste-me sem colo, sem aquele abraço e sem o cheiro do teu perfume quando chegavas no final do dia. 

Gostava de acreditar na vida além da morte ou nas histórias em que me dizem que me vês e estás sempre comigo. Partiste sem aviso e deixaste-me para sempre sozinha, travando uma luta desigual com a vida que te roubou de mim. Não abraçaste os meus filhos, não lhes deste colo e não os podes amparar. Quis tanto que fosses a força, o colo e o abraço nos momentos em que a vida lhes pesa. 

Deixaste-me sozinha e a minha vida pesa tanto sem ti... ninguém substitui ninguém. Nenhuma vida substitui outra, nenhum amor preenche o vazio de outro, e hoje que por aqui é noite escura, gostava também de acreditar que nenhuma escuridão é para sempre, mas ainda não aprendi a fazê-lo. 

Hoje a saudade falou mais alto ... há dias melhores e há dias piores. Hoje chorei baixinho e irritei-me comigo por ser grande, mas continuar pequena, tão pequena como quando tu te foste. 

Fazes-me falta ... porque ninguém substitui ninguém e porque o teu amor era o maior.


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