É, no mínimo, cringe!
Hoje a conversa no café da tarde era sobre partidos e politica. Logo tinha que me ter esquecido dos fones!! Tentei a todo o custo ler e abstrair-me da conversa, mas há pessoas que achando que o que dizem é algo extraordinário e de interesse público, falam tão, mas tão alto que se ouvem num raio de 10 metros! Enquanto tentava ler percebi que, pior do que “só” falarem alto também me queriam envolver na conversa, pois olhavam na minha direção e, sem me conhecerem, sorriam muito para mim e diziam “não é? Não concorda?”. (No mínimo Cringe, como diria o meu filho!). Por isso percebi que queriam que eu os escutasse e queriam partilhar comigo as suas opiniões e quiçá, talvez, saber a minha! Ainda não disse, mas acho relevante explicar que falavam sobre política em geral e do Chega em particular, cujas ideias defendiam e achavam “muito inovadoras, totalmente justas e muito assertivas". "Ele é um líder!”
É nestas alturas, quando sinto as pessoas a quererem falar comigo, socializar e envolver-me nas conversas delas, que começo a ficar desconfortável e a ansiedade toma conta de mim. Pior quando o tema é política, algo que quem me conhece sabe que me recuso a discutir com 2 tipos de pessoas: as que não conheço e as que, não têm conhecimentos mínimos acerca da História Mundial.
Não discutir política com quem não conheço protege-me de ouvir coisas e opiniões que não gosto! Já não discutir política com quem não sabe a História do Mundo, protege-as a elas de ouvirem o que não querem e não gostam! Porque se soubessem o mínimo de História e do que se passa neste Mundo onde vivemos, saberiam o que representa o Chega e as suas ideias, relembrariam o que o populismo, as ideias racistas e xenófobas, o nacionalismo exacerbado, o militarismo e ódio pelos imigrantes tudo o que o Chega defende (para citar só algumas), repito, se soubessem História relembrariam o que estes ideais provocaram no mundo e não diziam que as ideias do rapaz do Chega eram “inovadoras e muito assertivas”!
E eu podia ter ficado ali e gastar algum do meu tempo a explicar isto, mas é como vos digo: recuso-me a discutir política com quem não sabe História e com quem não conheço (e, neste caso, as senhoras cumpriam os dois requisitos).
Resolvi ignorar as investidas das senhoras para me envolverem na conversa e mudei de mesa. Fui apanhar sol na esplanada. Ali as conversas situavam-se à volta do novo ano letivo e do regresso às aulas, e, sobre isso sim, sobre isso eu posso (e gosto) sempre falar!
PB
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